
Plano de aula entregue, por acaso a mim própria, com três dias de antecedência(cumpri os trâmites legais), trabalho em cima da mesa, colega informada há tempo, que isto tudo tem prazos. Perfeito!, nada a apontar Srª Ministra.
Quando regressei, pronta a dedicar aos meus alunos toda a minha atenção, encontrei-os a chorar.
Que pranto era aquele? A quem os entregara que mos deixara assim, como se desgraça eminente estivesse para acontecer ou fosse já coisa sabida?
O meu ar interrogativo aumentava o caudal queixoso das minhas crianças, que procuravam nos meus braços consolo e na minha boca as palavras de alívio.
Vasculhei, assustada, a sala em busca de uma ausência que pressenti. Estavam lá todos.Olhei por mim abaixo. Estava inteira.
A colega informou-me que não lhes tinha feito nenhum mal...sorrindo. Como precisava daquele sorriso!
O professor de Educação Tecnológica e Robótica fora à minha procura com o objectivo de me informar que iria deixar de dar as aulas de prolongamento, por incompatibilidade de horários e que, a empresa responsável já teria novo professor para o cargo. Despedindo-se dos alunos gerou aquela onda de lágrimas.
Sem exploração sentimental da situação, as emoções aconteceram naquela sala. Daqueles olhos chorosos, a custo, voltou a brilhar o sorriso, claro!.
Mas, um professor deixara a sua marca, no curto percurso escolar daqueles meninos. Emocionei-me!
É gratificante confirmar que entre professores e alunos há novelos de ternura que se interligam para sempre.
São meus! São especiais! Não sei se são especiais por serem meus ou se os sinto meus porque são especiais.
Ao professor, um abraço por todos eles e pela forma como os conseguiu tocar, na aprendizagem académica e de vida.