reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

segunda-feira, janeiro 22, 2007


SÓTÃO

Por interstícios das malas abertas de quando éramos

crianças gritam as bocas sem nenhum eco

das bonecas. Criaturas fictícias, escalpelizadas

e sem tintas, de ventre oco. Mas o mortal

lugar do coração está ainda a palpitar.

O bojo do peito de celulóide, como o meu,

pede-nos perdão pela saudade que nos devora.


Fiama Hasse Pais Brandão

[1938- 2007]

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