reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

domingo, novembro 20, 2011

o dia estrelou-se de sol. claras em castelo vagueiam em suspiros alongados de medula. no vagão onde entrei cirandam folhas no ar num suicídio lento e pacífico coladas à ondulação da brisa. os ramos dos corpos altos debruçam-se a olhar o chão. paisagem nostálgica  de colorido quente e vertiginosamente sábia de vida. repousam os filhos no colo do tempo. hão de adormecer e ser terra  para renascer outra vez entre estremunhado alvoroço de fecundidade. por ora prepara-se o útero. constelações eternas bordejam a teia da mãe. ela serena sabe das coisas que pesam. sem pranto eleva-se à alcova da mortalha. finge dormir e fermenta o sonho na esperança vindoura. colo ao vidro o hálito quente e enevoa-se-me o olhar. só o sentir mantém o apelo à aprendizagem.