reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

quinta-feira, fevereiro 26, 2009




ouço a serena quietude do sobressalto das águas em meu redor. cascatas em regatos líricos permeiam-me o corpo. sinto o frio do degelo no núcleo central do sangue. pressinto a inundação das paredes gastas do corpo. uma imersão lenta num lago parado do tempo sem sol. a caliça da pele despe o murmúrio intenso feito olhares sem ombro. tudo pára. os ramos das árvores ainda nuas suspendem o vento. pesam o mundo num pendor de sono. mergulham na corrente lisa de atropelos. resta o silêncio forense dos montes longínquos. sombras irreais. como sonho parado na paisagem do pensamento. inerte. num ritmo contínuo de descontinuidades. afogo o silêncio no coito do dia com a noite e acendo as luzes fora de mim. o lado escuro da luz. o eco da luz dentro de mim traz-me aos ouvidos palavras cor-de-rosa. cinzentas. vazias. plenas de sentido. acalmo a torrente nas calotes de gelo e fogo e aqueço-me na alcova do ninho que me prende o olhar através da janela. há sempre janelas que me elevam o olhar...

quarta-feira, fevereiro 25, 2009



a minha religiosidade é sofrível. mas de fé, crença, firmeza, convicção nas coisas e pessoas, intenção...tenho os bolsos cheios. verdade que, às vezes, dou por eles rotos. perco mesmo coisas importantes para a vida. a minha.



domingo, fevereiro 22, 2009





volta, estás perdoada- disse amigo que não conheço pessoalmente, mas que admiro por tudo o que escreve e transmite. saiu-me o sorriso e a saudade ao encontro de todos os que encontrei por aqui e dos quais tenho andado afastada. pode ser que o sol me anime a escrita. pode ser que a tempestade amaine os dias brancos e lisos de brumas de enxofre que me feriram a retina nos meses de ausência. pode ser que pinte um quadro de luz azul e o ofereça a quem me visita ainda. pode ser...