Deserto de palavras
ando com as palavras debaixo da língua atadas em molhos. encho as bochechas com os seus sons mudos e elas na libertação desejada percorrem-me da faringe às têmporas e em mergulho agreste dissolvem-se na saliva que a custo engulo arranhando-me as cordas vocais sem piedade. putas das palavras que não se aninham no quente quimo nem se perdem nas flátulas entranhas de recolhimento. durmam que a noite é longa agora. restaurem-se do afogo e protejam-se do frio que se levanta quando adormece o dia. dêem ao sono a possibilidade de paz e possuam num coito tântrico a mensagem com a força grávida do renascer. um dia. como novas e ávidas de viver. meninas travessas que disfarçam líquidas os sentimentos escolhosos da nascente entupida. pedradas no charco fétido sem corrente. barragem abrupta da nascente à voz.
3 comentários:
Entre o aconchego e o voo rasgado, uma palavra: Saudade!
Que saudades!!! (Diz o Herói)
Um beijo e um xi profundos dos dois.
PS: Lindíssimo...
Rasguei o silêncio, Ana! Há sítios onde sempre voltaremos, nem que seja para soltar as palavras breves que nos aliviam a saudade.
Um abraço intenso de amizade, ao nosso herói o universo num beijo.
Ena,voltou! Bem aparecida seja!
As minhas palavras mais parecem novelos, cheios de nós difíceis de desfazer.Persistência e alguma calma, farão com que a coisa se resolva, "penso eu de que..."
Beijos e até à FNAC
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