reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

quarta-feira, dezembro 05, 2007


Vertigem dos dias


Deambulo na vertigem dos dias. Cruzam-se as linhas das vidas que se misturam na minha num caldo de letrinhas e palavras com prazo marcado por ausências sentidas e queixumes soltos por ubiquidades devoradoras do meu tempo. Semeio o fruto da minha rotina nas gesticuladas dívidas da minha consciência. Linha de montagem imparável. Absorvo os devotos lavores como um doce estaladiço desagregando-se copiosamente nas mãos líquidas de ternura gulosa. Balanço. Procuro o equilíbrio no descanso do cansaço. Entre o sorriso e a calma. Bloqueios breves de pestanas suspiradas purificam-me a impaciência da espera resiliente na casa do tempo que cozinho em lume brando. Do naco sumarento que me anima e sustenta aqueço-me do frio. No calor do vidro cozido, duro e frágil, perscruto nas janelas transparentes a fuga à opacidade das muralhas num domínio perecedor de visão longínqua, por ser urgente o encargo . Almejo a serra para a caminhada sem tempo marcado e visto-me de força no peito com relevos sólidos para "A escalada do monte improvável" .





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