reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

sábado, agosto 18, 2007



Entre o sol e as brumas, vislumbra-se uma anarquia a precisar de leis, que a anomia aparente só corresponde pela metade à gestão deste espaço! Se às normas coercivas e controladoras sou avessa por natureza, preferindo a responsabilidade individual como prato forte, o bom senso como entrada e para ajustar entranhas, doce apurado em humanitárias concepções, traduzidas aqui em tolerância de exigência assertiva, vejo-me em palpos de aranha para resolver abordagens que nas maiúsculas procuram a refega.

Sou da paz! Cheguei agora de férias, ainda sinto a areia e o sal a inquietarem-me a pele! As expectativas para férias foram superadas o que engoda a vontade de bisar, as do regresso aumentadas pelas gargalhadas blogosféricas, entremeadas de humores neo-liberais a inquinar-me o capital humano, num prurido subcutâneo que me encaminha para regime de lay-off sob o comando apertado desta gerência.

Há um ano iniciei esta faceta pública de divulgação do que amiúde me apetecia escrever. Saiu da gaveta este prazer por escrevinhar, sem expectativas de maior. Um prazer avulso entre prazeres. Durante seis meses naveguei sem piratarias oclusas descobrindo pares que seleccionava conforme a sensibilidade. Escrevia sem esperar que muita gente me lesse já que não havia links para retribuir(?). Surgiu uma lista diversificada que se alinha agora aqui do lado direito. A maioria que leio não me lê, mas não é isso que me retira motivação nesta esfera. Gosto de quem escolhi e visito-os sempre na perspectiva de que nem sempre com eles concordo, mas o respeito pelo seu espaço e opinião faz com que na divergência não me perca nos caminhos da irascibilidade e inoportunidade. Todos os comentários são valorosos, mesmo quando o escárnio escorre pelas letras há ainda a graça e a inteligência a salvarem o jeito pirata.

Sou inteiramente responsável pelos que cativei. Quero que quando me visitem tenham recanto repousado para minutos de partilha. As grandes questões blogosféricas de enredos políticos e pessoais sigo-as com a atenção que me merecem mas nelas nunca me incluí por não ser esse o meu projecto. Espaço de discussão com catálogo diverso poderá ser, mas nunca tendo por base a provocaçãozinha insolente. Às tantas perde a graça, cai em desgraça. A parte lúdica dilui-se rapidamente. Existem palcos mais visíveis onde esse arreganhar de dente poderá ser um estímulo, aqui neste nicho pacato mostra-se o dito só para soltar sorrisos. Só fica quem quer.

Ah, já me ia esquecendo, faz hoje um ano que este espaço surgiu! Na prevalência do sol, esperando que assim continue já que nunca gostei do lápis azul.

2 comentários:

Unknown disse...

Deliciada com a calidez do nicho por onde as palavras escorrem empatia à qual me cativo de forma livre e irresponsavelmente pirata.
Gosto daqui. Gosto de gostar de quem está aí.

Felicito a rosa cujo aroma é único e essencialmente invisível.

Dois beijos (Ana e Herói)

sinédoque disse...

Ana, seja bem-vinda sempre a este espaço.
É recíproco o sentimento de empatia.Fiquei sensibilizada.

Um abraço