reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

quinta-feira, março 22, 2007




Dos cíclicos ciclos em que circulamos(acentuar os sss) chegam-nos sons sibilosos de uma nostalgia imersa em penas... doridas, saudosas, ressentidas, quebradas como paus secos pelo soalheira do tempo. Tememos finais. Numa infantilidade que não nos vai bem evitamo-los ou permitimos que amadureçam e caiam velhos e caducos. Tempo gasto, desperdício de emoções alongadas, entre incertezas pouco dignas de louvor nos outros e de aparência prudente em nós.
Somos realmente muito bons no aconselhamento, no delinear de estratégias, no planeamento das curvas e contracurvas dos trilhos alheios e, na nossa seara, medimos milimetricamente o terreno, perscrutamos a cartografia interna com olhares que invadem as vísceras dos sentimentos e, atolados em entranhas remexidas, esperamos o sinal de partida para um fim.
E se os fins fossem os princípios? Esquecemo-nos que chegado um fim entramos num começo. Que adrenalina maior terá algo acabado de começar! Mas é entre o fim e o começo que existe aquele vácuo, aquele soco que sufoca, em que sistemas simpáticos e parasimpáticos se atropelam e nos sentimos ambulantes da vida.

3 comentários:

Anónimo disse...

bom dia, sinedoque. adorei ler. uma reflexão importante. beijinhos.

Nilson Barcelli disse...

És uma especialista em dizer muito em poucas palavras.
Com a agravante de o dizeres sempre de uma forma que considero brilhante.
Parabéns por isso.
Bfs, beijo.

CPrice disse...

Gostei muito de ler. Como sempre :) .. pessoalmente chamo-lhe “as fases” como se pela Lua me regesse. E quando pressinto uma “boa” aproveito-a até à última “gota”. As “más” gosto de pensar que acabam depressa. E de facto “ao fim de uma linha de chegada há outra de partida”.
Beijo .. e bom fim de semana