
Quadros de Excelência
Peguei-os ao colo. Ensinei-os a ler. Vigiei-lhes os primeiros passos incertos e receosos na significante descoberta de argolas e arquinhos que simbolizavam as palavras mais doces que conheciam. Enternecia-me ao vê-los de lápis na mão e língua de fora no esforço e na procura da perfeição. Contei-lhes histórias de encantar. Dividiram comigo as lágrimas sentidas de ofensas inofensivas, subtraímos agravos, adicionámos ternura e respeito, multiplicámos sorrisos, ânimo e garbo e ficámos amigos para a vida.
Sigo-lhes o percurso com a atenção de quem os sente um pouco seus...para sempre. Rebeldes e meigos, enérgicos e frágeis, lutadores, aplicados, diligentes, tímidos alguns, mas com o olhar assíduo e atento na tarefa. Marrões? Caixas de óculos? Bichos do mato? Bem poucos.
Alunos brilhantes, pessoas que se formam com brio e com brilho em toda a sua inteireza e plenitude, no percurso académico e na afirmação pessoal. Meritória a distinção. E ano após ano assisto emocionada e orgulhosa à recompensa do esforço(?), contaminados que estão pelo bichinho do saber. Não lhes sinto o cheiro a mofo, pressinto-lhes um ego forte e vacinado.
Minorias. Sem dúvida! Privilegiados? Nem todos.
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