reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

domingo, setembro 10, 2006



Pontes

Chegados à margem surge o dilema da travessia. Problemas logísticos que exigem psiqué forte e audaciosa. Orlas conhecidas e percorridas em busca de próteses seguras, quantas vezes rebuscadas e inventadas onde não havia combros para garantir segurança. Debrum tecido de angústias e reflexões que dando margem a oportunidades e novas travessias se revelam umas vezes fortes outras ralas de sustento.

Pôr à margem as margens é arrepiar caminho. É negar e desprezar o percurso nem sempre fácil de palmilhar. Abandonar com desânimo o impulso que nos guiou até àquele lado de nós.

Mas quantas vezes , sinalética inconclusiva nos leva, sem pudor, a largas enseadas onde os acessos às outras margens nos parecem nados mortos? E outras tantas os sinais estavam ali, certeiros, a aconselhar e prevenir enganos e nós displicentes ignorámos o aviso.

A persistência na procura de ensejo para o outro lado nunca se deve descurar. Tarefa árdua de quem não vira as costas aos obstáculos, que vai procurando tecer dentro de si teias, urdiduras, pontes para conseguir arribar inteiro e integro à outra margem. Nem sempre frondosa e verdejante mas de passagem obrigatória para quem não quer virar as costas à vida.

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