reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

quinta-feira, setembro 07, 2006




Alerta laranja

Coisas da mente. Nada faria prever que a noite se passaria em guarda. Dia tranquilo recheado de momentos afeiçoados, jantar solitário mas de iguaria apreciada, eu, um livro do Murcon( leia-se Júlio Machado Vaz), o empate da nossa selecção recebido com alívio...tudo se encaminhava para que o sono viesse de mansinho e me transportasse para o mundo dos sonhos vividos e por viver. Do descanso.Dava-me ao deleite daqueles momentos tão íntimos de mim e tão pouco acostumados.
Riscadas as lentes dos óculos maltratados, cansou-se a vista e adeus Murcon. Fiquei ali a saborear coisa pouco habitual em mim: cama e televisão. Casa fora de casa.
De quando em quando, aquele futuro feito de amanhã a cobrir-me com uma ténue e gelada camada dérmica. Mas o calor da razão fazia sentir-se " Não! O bisturi não iria fazer grande dano! Meia hora, no máximo e estaria livre, trazendo comigo o inevitável ligeiro ardor. Coisa de pouca monta. Passado oito dias já nem me lembraria."
Mas o irracional, o instinto de defesa instala-se em nós sem pedir licença, vem ao de leve, sobe degraus com ausência de alarde e sem fragor invade-nos a mente impondo estado de alerta, dispensando reflexão.
Em vez do sono ficou aquela luz de vigília constante, no cocuruto de mim. Como se se desse o corpo ao descanso a mente não sossegasse desconfiada que estava de que a qualquer momento enfermeiros e cirurgião entrassem porta adentro prontos para me esfaquear pelas costas.
Quando a cabeça não quer o corpo é que paga. Mal a dobrar. Noite em claro e ligeiro ardor. Coisa de pouca monta.

1 comentário:

Anónimo disse...

Não suporto perder o sono!
Comigo é batata, quando invento de ir dormir cedo, tipo21:45/22:30, não tem jeito, me acordo às 2 da matina e fico até às 5:30 para ter de levantar às 7 da manhã! O que penso? Em nada de útil...
A tática é me estenuar até à meia-noite ou uma da madruga' e dormir horas contínuas!