reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

terça-feira, agosto 22, 2006



Hoje sinto-me assim...

Seis da manhã. O toque do despertador tira-me do sono que começava a ser. "Não posso crer!"balbucio com o rosto enterrado na almofada, sentindo o corpo pedindo descanso. A noite fora curta demais para me recompor, ou sucumbia ali ao remanso aprazível dos dias de férias. Despojar-me daquele ninho aconchegante onde me encontrava foi tarefa difícil de conseguir. Rapidamente, entendo que lá fora a vida se anima e que não há tempo a perder.

O tempo! Que se vira contra mim nestas coisas do madrugar. Custa-me, que querem! Avanço pela noite fora destemida e é com embargo que recebo o novo dia. Desregrado sistema com o qual travo luta assídua e descompensadora.

Coimbra espera por mim, com hora marcada e com companhias pontuais, para quem cinco minutos se transformam em bola de arremesso repleta de desdém para minha arrelia e agastamento.

Arrasto-me penosamente, poupando na higiene diária os cinco minutos( sempre aos cinco!) que perdi resmungando. A água quente e fria tonifica-me. De repente fico (d) esperta!

Seguimos rumo à cidade do conhecimento, embora o que me leva não saia dos arrabaldes. E assisto, aos momentos mais lindos do dia- o nascer do Sol: uma bola de fogo de timidez fugaz proclamando logo ali extravagância e esbanjamento de calor ao longo do dia. Foi às 7 horas em ponto. Informação de somenos para a maioria das pessoas, mas importante para quem anda, como eu, arredada do alvorecer.

Regressámos. Almoço ligeiro foi o que me aprouve e fiquei o resto da tarde com vontade de procurar alívio para a fadiga matinal, nos braços do meu sofá.

Mas se pensam que o fiz enganam-se. Como diz a minha Fernanda"A noite fez-se para dormir e o dia para trabalhar. Se o corpo não dormiu bem de noite , dormisse!"

2 comentários:

Anónimo disse...

Cada dia vou ficando mais "presa" à sua escrita...Não deixe que se atravessem no seu caminho e a privem de dar asas à imaginação.

regato disse...

Sem as brumas como daríamos valor ao sol?

Sem o cansaço como apreciaríamos o descanso?

Sem a morte como prezaríamos a vida?

A nossa vivência baloiça entre os opostos... sempre...

Mas o segredo está no equilíbrio e na harmonia... de nós para nós... com o meio que nos envolve...