reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

terça-feira, junho 24, 2008




um dia hei-de ser... frango assado no espeto. de aviário não. frango do campo. carne suculenta e rija. tão rija que me masquem devagar como se fosse ópio. hei-de saciar a fome dos velhos desdentados e sem cheta. saciar as trevas das crianças de olhos esbugalhados para o espanto da dor sem resposta. ser pasto verde para os animais famintos nos carreiros de encosta íngreme onde os plantaram como cabras loucas. ser chuva em abundância no deserto das cidades adormecidas de peneiras. hei-de ser osso duro de roer para cabrões de barriga inchada e sem escrúpulos. hei-de ser relâmpago e trovão em simultâneo. mortífero e sagrado. hei-de ser o que a puta da vida quiser menos simplex de feno.

1 comentário:

Nilson Barcelli disse...

Ainda viras franga de churrasco se o feno do simplex incendeia... rsrs...

Mais a sério... escreves tão bem que até faz impressão ao ler-te. Nem uma palavra a mais nem a menos... é obra...
Gostei muito, como é óbvio.

Bfs, um beijo.