reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

sábado, fevereiro 16, 2008


Não me lembro de ter escrito


Chegam as horas mortas

gastas nos olhos de areia

que varro no lento varejar dos cílios

Seguro a cabeça

do tempo

pensando acarinhá-lo

um pouco

tirá-lo da vazante

Jazem as horas

num avesso de quem precisa de tempo

para respirar

ao anoitecer

Liberto-me de cordas

de limos

penetro no sono líquido das noites

silenciadas

por dias de chumbo.



3 comentários:

Alba disse...

Conheço bem essa angústia branca...

Nilson Barcelli disse...

E não andamos todos atados em cordas de limos...?
Viremo-nos, então, para a enchente das horas em dias sem chumbo.
O poema é excelente (mas não me lembro de o ter lido...).

Boa semana, beijinhos.

Anónimo disse...

"no lento varejar dos cílios" *

boa tarde, sinedoque. um beijinho.