Não me lembro de ter escrito
Chegam as horas mortas
gastas nos olhos de areia
que varro no lento varejar dos cílios
Seguro a cabeça
do tempo
pensando acarinhá-lo
um pouco
tirá-lo da vazante
Jazem as horas
num avesso de quem precisa de tempo
para respirar
ao anoitecer
Liberto-me de cordas
de limos
penetro no sono líquido das noites
silenciadas
por dias de chumbo.
3 comentários:
Conheço bem essa angústia branca...
E não andamos todos atados em cordas de limos...?
Viremo-nos, então, para a enchente das horas em dias sem chumbo.
O poema é excelente (mas não me lembro de o ter lido...).
Boa semana, beijinhos.
"no lento varejar dos cílios" *
boa tarde, sinedoque. um beijinho.
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