belisca a vida sempre que dói. ela serôdia finge que nem vê que dentro sofre. parte pedaços que a língua lambe num remédio sábio e cola-os com o cuspo da alma. a língua da gente tem sabores de cura e frutos silvestres que saram a míngua. na fartura de ser o sangue ilumina o espírito de tamanho capaz de cicatrizar as penas. e sai a palavra nos poros sabão, lavando as sementes daninhas e os restos de lava escura do coração venoso. veias cavadas no pescoço da hiena embuçada. escorrem lamúrias e lágrimas de demência agridoce em decomposição. soltam-se comportas de mar e sal e empurra-se a onda na sementeira. na estoicidade revela-se a aceitação. na aceitação a saída entala-se na verdade embaciada por não expressa.
2 comentários:
Belo texto! Ótimo para apenas sentir...
pq tudo tem que ser sofrido?afinal nasce mais gente do que morre...pq os prosadores e poetas quase sempre entoam loas à desgraça para depois então se poder sentir felicidade...pq este linguajar religioso que só se sabe o Bem depois de provar o Mal. Força nessa pena que rola tão bem sobre o papel ou esses dedos que tão bem sabem teclar as teclas certas para nos aprisionar na leitura dos teus textos...escreve felicidade, escreve prazer...a vida está ai...
O Analfabeto
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