reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

sábado, dezembro 22, 2007


Gostemos ou não do Natal, tenha ele o significado religioso, dos valores familiares, da amizade, seja ele uma carteira cheia de nada e o coração de coisa nenhuma, seja ele o que for, nesta época de excessos indignificantes, é sempre um tempo de pausa, de balanço, de morte de passados e de renascimento.

Nas luzes do silêncio de cada um, está presente o desejo que o novo solstício se alargue em esperança, em continuidade, em ruptura, em aceitação das mudanças inevitáveis a cada esquina deste presépio onde nascemos, nus, aquecidos por bafos de palha no estábulo ínfimo daquilo que somos. Grãos de areia nas mãos dum vento senhor do tempo que nos varre independentemente da nossa vontade de agregação.

Tempo de afectos dispersos na corrida dos dias onde se perde a verdade da criação do humano. Congrega-se a solidariedade, num ramalhete de dias que perdem as pétalas, o cheiro e a cor com o passar desta data que nos santifica a todos como epidemia inócua e vazia de amor tantas vezes. Datas...simbolismos...num até para o ano que agora vou ali.

Semeemos abraços e motivações para o resto do ano, plantemos sem pressa, salvemos a amizade de esteiras quebradiças de memória.

Que o sorriso me nasça quando o vejo esbanjado em embrulhos, que ele pontifique os meus dias, porque em todos eles há uma criança que nasce!

Que a natalidade vos visite em cada dia, agora e sempre. Ámen!

Escritos de uma ateia.

7 comentários:

Alba disse...

...mas com tanta profundidade que espantariam alguns "devotos".
Um bom Natal para ti,sinedoque

Nilson Barcelli disse...

Mais vale uma boa ateia do que uma má religiosa...
Esta quadra, para mim, representa quase só a festa da família. Não faço balanços à vida e, por isso, a época não é de renascimentos (procuro fazê-los no dia-a-dia, sempre que posso e é necessário, de contrário estaria frito...).
Um Feliz Natal e um óptimo 2008, para ti e para a tua família.
Beijinhos.

-pirata-vermelho- disse...

Está a fraquejar, o seu ateísmo
ou
é fadiga profunda?

Xantipa disse...

Boas Festas, de uma agnóstica para uma ateia!
Beijinho

Anónimo disse...

não conheço nenhum cristão capaz de escrever assim :) um beijinho.

Anónimo disse...

=)

Alda Serras disse...

Gostemos ou não do Natal, não há como lhe fugir.

Boas Festas!