reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

terça-feira, outubro 23, 2007







lavo-me do dia com a água benta da noite que recolho em imaculada porcelana. hidrato a pele em elipses perfeitas com luas verdes de creme. massajo as plantas enraizadas no corpo com a seiva transparente das palavras. regenero os tecidos com fibras de luz e procuro o segredo da vida na palma de um sorriso. sei da planície o horizonte imenso e do imenso a lonjura de mim. visto-me de seda em gargalhadas soltas e solto-me e deslaço ante o sorriso expectante de um abraço. liberdade. conjuro comigo os momentos futuros e plano na frequência que me aquece a esperança. rejeito a lado escuro do sol e pernoito no algodão em rama em que envolvo a doce maresia do manto branco que nos cobre nesta noite perenemente falsa.



3 comentários:

Nilson Barcelli disse...

Com todos esses cuidados, só podes ser bonita... bem me parecia que andavas a dormir no algodão...
Mais que bonito, é o teu texto, que é excelente. Mas tu não sabes fazer pior...
Beijinhos.

Anónimo disse...

Expressões de alma, que veladamente explanam o que sabe querer.
Paradigma de uma coragem frágil e efémera.

PS.Bonito. Como sempre

Anónimo disse...

Os textos são lindos mas eu gostava mais do anterior lay out.