lavo-me do dia com a água benta da noite que recolho em imaculada porcelana. hidrato a pele em elipses perfeitas com luas verdes de creme. massajo as plantas enraizadas no corpo com a seiva transparente das palavras. regenero os tecidos com fibras de luz e procuro o segredo da vida na palma de um sorriso. sei da planície o horizonte imenso e do imenso a lonjura de mim. visto-me de seda em gargalhadas soltas e solto-me e deslaço ante o sorriso expectante de um abraço. liberdade. conjuro comigo os momentos futuros e plano na frequência que me aquece a esperança. rejeito a lado escuro do sol e pernoito no algodão em rama em que envolvo a doce maresia do manto branco que nos cobre nesta noite perenemente falsa.
3 comentários:
Com todos esses cuidados, só podes ser bonita... bem me parecia que andavas a dormir no algodão...
Mais que bonito, é o teu texto, que é excelente. Mas tu não sabes fazer pior...
Beijinhos.
Expressões de alma, que veladamente explanam o que sabe querer.
Paradigma de uma coragem frágil e efémera.
PS.Bonito. Como sempre
Os textos são lindos mas eu gostava mais do anterior lay out.
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