reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

terça-feira, agosto 21, 2007



Tirando tédio ao ramerrão dos dias partem com as casas às costas na procura de alívio para desalentados espíritos. Sobra-lhes em carga o que lhes falta no íntimo e entram no estio frouxo com rotinas tão intensas como as que repisaram durante meses de corre-corre entre o trabalho e a casa, vivida a meias sem meandros de afecto que lhes preencham o oco.

Levam a esperança escrita no horizonte que almejam azul e quente sem chefias determinantes dos humores que do lado negro se pretendem libertar. O reencontro íntimo das almas encolhidas por toldos de sombra, aumenta a exposição puída dos afectos, tecidos por tear perro de vontades e cumplicidades. Elas na renda procuram preceitos que lhes arrebiquem o sorriso, eles nos desportivos diários engendram tesão matinal que caída a noite esmorece. Salubridade dos dias sem potáveis gustações que saciem o palato ávido de agrado e onde o retorno é sempre de inexplicável acidez escoando palavras sortidas de aspereza e queixume.

Resta-lhes a romaria ao templo da Praia da Luz, para domar ansiedades por perdas cerzidas com prantos brandos. Em causas maiores o voyerismo se estende em redor do espectáculo da dor, em idas e vindas de fé. Perceber ao vivo a dimensão do drama seja qual for o desfecho.
Dão as mãos finalmente e entram na praia no silêncio... pesado, de quem percebe o mal menor que os anima.

1 comentário:

Unknown disse...

Solidões. Que na multidão do vazio interior se preenchem entre a "bjeca" , o futebol, o shopping e... a feira das vaidades por cobrir.

Um beijo
(dos dois)