Quando há alguns anos me deparei com o livro" Uma Infelicidade Maravilhosa" de Boris Cyrulnik, estanquei. Do autor pouco ou nada sabia. A antítese dos conceitos não me permitiam a concordância. Desconfiei, mas instintivamente peguei no livro, na certeza que após breve leitura, um sorriso de descrédito me confirmasse o que assegurava: nunca a infelicidade poderia ser válida a ponto de se adjectivar de maravilhosa.Charmar-lhe-ia dolorosa aprendizagem, nunca título que se aliasse à Alice no seu mundo. Que disparate!
De pé, li. Currículo do autor interessante, bibliografia magnífica. Interessei-me e comprei.
Relatos de gente (sobretudo crianças), que perante a desconstrução de seu quotidiano encontraram a força para enfrentar e superar a adversidade com a coragem dos heróis.
Verdadeiras epopeias psíquicas que transformam o caos e o desequilíbrio num estado maior de força e de triunfo certos. Resiliência. Foi nesta altura, que a palavra carcinoma me ferrava a bisturi o corpo e a alma, que contactei com o conceito e percebi, na prática, que é possível aplicá-lo." O sobrevivente é um herói culpado por ter morto a morte".
" Quando a realidade é terrível, o sonho dá-nos uma esperança louca. Em Auschwitz, ou durante a guerra..., o super-homem era um poeta".
2 comentários:
Este "resiliente"(escapou por um triz ao holocausto), vem com alguma regularidade ao nosso país( Lisboa,mais concretamente) dar umas conferências sobre esta questão da resiliência.Diz quem o costuma ouvir, que é um encanto!Felizmente, que nem todos os que sofreram as piores tormentas na vida, se tornaram em seres amargos e insuportáveis.
"O sobrevivente é um herói culpado por ter morto a morte".
Matar a morte é aceitar que ela é também a vida e que ambas estão em nós...
Não li este livro. Hei-de adquiri-lo.
Obrigada...
O meu Herói há-de conseguir... Eu sei.
Um beijo enooooorme.
Um abraço profundo.
Ana e Herói
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