reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

sábado, julho 14, 2007




doem-me as pálpebras nos muros fechados, sangram as pétalas nas retinas murchas, agridem-me as palavras sufocadas no mar revoltoso que me encharca a garganta. queimam-se a carvão os traços desenhados no sonho sem sono. só noite. uiva o vento desdenhando o verão em templos perdidos sem si. chilreiam as folhas verdes entre os ramos secos que me ofereces e busco no ninho a asa partida. perdida. solta do corpo e dorida no ventre que se expande em volúpia adormecida. sabia. sei. do teu medo de saber a verdade corroída sem norte. perco-te nas poucas palavras que me dás. sem vida. seco e incho de dor. desmedida.

1 comentário:

Joaquim Moedas Duarte disse...

Sensibilidade, dor, solidão, desamparo... E aquele olhar de (a)mar...
Lindo!