reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

sábado, março 31, 2007

Se se percorrem veias e artérias segundo monitorizados esquemas de localização; se de seringas se extrai o suco que dirá das mil e uma funções o estado geral corpo; se da engenharia genética nos chegam maravilhosas monstruosidades; se em manómetros e micras visitamos moléculas de DNA, se da vesícula se extrai a pedra sem necessidade de expor o órgão, por que raio, afinal, não se poderá retirar a "pedra" da loucura para alívio do paciente e de quem padece por osmose?
Dos tempos medievais vem a crença da extracção da tenebrosa lápide de sepulcro da razão. Impede a visão da realidade, dos seus contornos e vê-la assim desfocada sem apreciação que se louve, apresentarem-na aos nossos olhos por retinas de ópticas ilusórias e paranóicas, sem possibilidade funcional de reclamarmos a lógica do raciocínio é coisa de difícil aceitação.
Criam padrões de desconfiança e suspeita constantes, de modo que os motivos dos outros são interpretados como malévolos. Negam a existência da doença e qualquer tipo de ajuda. Contrariá-los é aumentar a revolta e a fúria que têm contra o mundo.
Distúrbios de personalidade, insanidade que floresce como um campo de tulipas negras que se multiplicam por bolbos envolvendo em camadas cada vez mais espessas e escuras o que um dia foi luz.

4 comentários:

Anónimo disse...

venho com um cestinho de amores perfeito amarelos e lilases. a ver se as tulipas levantam voo daqui *

beijinho grande.

sinédoque disse...

Obrigada,são os meus preferidos!

Um beijinho Alice

Anónimo disse...

O meu cesto traz mesmo só umas margaridas... simples, mas alegres e bonitas!
Apesa da sua frágil aparência e singeleza, são capazes de embelezar o recanto mais feio do nosso quintal.

sinédoque disse...

Lelé
...e como os nossos quintais são semenhantes!
Obrigada pelas margaridas, são lindas!
Acredito que seja assim, com muita ternura, que conseguirei evitar a disseminação das túlipas.

Um beijinho