reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

sábado, setembro 02, 2006

Sabor a mel

Procuro-as. A rentreé anuncia-se promissora de factos e fados genuinamente portugueses. As férias passadas onde a vontade e a presteza da carteira nos levou, chegam ao fim. Fica, agora, o sabor quente, intenso e dourado desses dias, a brindar a memória e a aguçar o apetite para novos destinos e, tantas vezes, aquela vontade indómita do "hei-de voltar". Fotografias revistas aos serões deste Verão que se despede pela tardinha, reavivam o passado recente, arrumado em álbuns digitais ou não, onde momentos assim merecem ser chapados para sempre.
A casa está arrumada da desordem que se instala, ao longo do ano, por mais organizados e metódicos que sejamos; os armários despedidos de inutilidades acumuladas; as gavetas ordenadas por séries, por cores, por preferências; os papéis revolvidos até à exaustão por quem no seu meio vive e, ainda, deles não sabe prescindir. E, os amigos distantes, mas nunca ausentes, foram benesses visitadas nestes dias de quietação serena e generosa.
Tudo se apronta e aponta para o acolhimento de mais um novo ano escolar. Surge, novamente, a profissão a apelar à renovação, à mudança, à apropriação de nós como se de missão se tratasse.
A ansiedade do recomeço instala-se. Fim de ciclo. Pórtico que se entreabre sempre com a esperança de que o percurso seja pródigo em empenho, resultados, vontades e serenidade no trajecto a percorrer.
A visita à escola, o apelo dos livros novos, o cheiro dos cadernos em branco, o chamamento dos materiais a pedirem vida e utilização e... elas! Procuro-as.
Amigas na profissão e na vida são o reencontro esperado, num cortejo de saudades, histórias para contar, risos, queixumes, segredos cochichados, lidos nos olhos e sentidos em arrepios de emoção.
Doces como o mel fresco a cair do favo, serenas e prestáveis como ninguém, confidentes fidedignas, turbulentas e activas, irrequietas, traquinas. Invadem-me com uma alegria e frescura que me recuso a perder.
Fazem parte da minha vida, são únicas e especiais. São as minhas amigas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigada pela parte que me toca.