reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

terça-feira, agosto 02, 2011

intensidade

da intensidade conheço-lhe o sabor. das mãos que se unem . das bocas em fogo. do calor dos dias. da invernia nos ossos. dos desejos e ensejos. dos vendavais no templo. a mensurabilidade do nomeado é vínculo do querer. da vontade indómita. da impressão expressa. da destreza da acção. do sabor retirado e da memória que resiste. para além do tempo e do espaço. fica a recordação imutável de momentos. bons e maus. a qualquer género se aplica. há-de perdurar aquilo que na intensidade superou o expectável. e volta em lembrança sem denotado querer. ao abrir dos olhos ainda a luz nas pálpebras cerradas  ganha forma de pequeno sol. ao adormecer. ao dobrar a esquina. por serem os sentidos a matriz das estórias dignas da vida. salta na mente e o corpo sente num tombo faiscado de ternura ou temor. é na intensidade que se alonga o feito ou desfeito. é aí o que o amargo ou o mel se fixam  no ser. uma noite sem glória. um dia sem gente. de repente à tona vem à memória aquela estória que carimbou a mente.

1 comentário:

Anderson Roberto disse...

você faz belas poesias. sou do Brasil e, passando por aqui, achei muito interessante o modo como vc escreve. passe um contato, por favor. é sempre bom conhecer gente com gostos e interesses parecidos com os nossos.