reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

quinta-feira, setembro 23, 2010




queria correr para aqui com vontade de abrir portadas. sacudir as palavras carcomidas pelo tempo. vasculhar cada lugar onde a memória se fez renda. limpar as vidraças das poeiras embebidas em pingos de chuva. talvez choro. queria retirar a música já riscada de cansaço...queria...mas não tenho força. ainda. há um muro a transpor e os braços e as pernas trôpegos a tremer. inertes. falta-lhes a mola da vontade. durmo num sono frenético entrecortado de lesmas e preguiças cansadas sem encosto. abandono-me ao tempo da mecha. serei a bolha que espera a primavera da alma. preciso de sol nascente. estou envolta em brumas misteriosas que não me dão tréguas. e eu sem força para levantar o ferrolho da vidraça finjo que adormeço. hiberno na vida que me prende.

Sem comentários: