reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

quinta-feira, fevereiro 26, 2009




ouço a serena quietude do sobressalto das águas em meu redor. cascatas em regatos líricos permeiam-me o corpo. sinto o frio do degelo no núcleo central do sangue. pressinto a inundação das paredes gastas do corpo. uma imersão lenta num lago parado do tempo sem sol. a caliça da pele despe o murmúrio intenso feito olhares sem ombro. tudo pára. os ramos das árvores ainda nuas suspendem o vento. pesam o mundo num pendor de sono. mergulham na corrente lisa de atropelos. resta o silêncio forense dos montes longínquos. sombras irreais. como sonho parado na paisagem do pensamento. inerte. num ritmo contínuo de descontinuidades. afogo o silêncio no coito do dia com a noite e acendo as luzes fora de mim. o lado escuro da luz. o eco da luz dentro de mim traz-me aos ouvidos palavras cor-de-rosa. cinzentas. vazias. plenas de sentido. acalmo a torrente nas calotes de gelo e fogo e aqueço-me na alcova do ninho que me prende o olhar através da janela. há sempre janelas que me elevam o olhar...

1 comentário:

Anónimo disse...

tava dificil!
depois destas férias espero que tenhas regressado ao "trabalho" com redobrada energia :)))