reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

segunda-feira, fevereiro 12, 2007


Percorro-me à toa

sem vida que me mereça

rasgo de lembrança.

Levanto a sombra

revelando sobras

de nervuras

que alinhavei na pressa de não ter

com as mãos nervosas

inseguras de ser menos.

Limpo-me as lágrimas

pela metade

entre o sol e as brumas

que me envolvem

e me cospem

na rua onde habitaste

sem viver.

Recuo às cegas no mundo

desventrado por precipícios

pressentidos a cada passo

que não dou,

lançando de mim

tudo o que já não chega para te ter.

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