reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Dumier

Rifão quotidiano

( acrescentem-lhe a voz e o estilo de Mário Viegas e ficará perfeito)

Uma nêspera

estava na cama

deitada

muito calada

a ver

o que acontecia

chegou a Velha

e disse

olha uma nêspera

e zás

comeu-a

é o que acontece

às nêsperas

que ficam

deitadas

caladas

a esperar o que acontece


Mário-Henrique Leiria

3 comentários:

Anónimo disse...

Amador sem coisa amada

Resolvi andar na rua
com os olhos postos no chão.
Quem me quiser que me chame
ou que me toque com a mão.

Quando a angústia embaciar
de tédio os olhos vidrados,
olharei para os prédios altos,
para as telhas dos telhados.

Amador sem coisa amada,
aprendiz colegial.
Sou amador da existência,
não chego a profissional.

António Gedeão

sinédoque disse...

Suclega,suprima o amador
que a si não lhe assenta
de olhos postos no chão
só de for para achado
a menina tem vistas largas
e um olhar iluminado.

Anónimo disse...

Olhe que não doutora...