reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

sábado, junho 16, 2007


Na inveja adulta, observamos os rostos contorcidos em sorrisos assimétricos, a fuga dos olhos, a lama estampada na curva frouxa da alma. A tez que, mudando de tom, denuncia o horror do não querer como lâmina lancinante do não ser capaz, do não poder. Da cobiça, salivam papilas de veneno subtil que inundam a boca do cuspo bolorento da mente perversa. Lavam-se as palavras em rios poluídos, secam-se-lhes os afectos num sol de escárnio e vestem-se, na pele da língua, como mortalhas traçadas e velhas. Protegem-se em silêncios de denúncia, na calúnia cobarde em actos de desepero amargo. Enfeitam-se de feio e triste, os semblantes. Salivam cães de penúria infesta. E a caravana passa diante de nós traçados ( a)penas.

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