reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

sexta-feira, abril 20, 2007


Amo ninguém
ninguém me ama
vivo solta
nas redes que construo
num silêncio de mar e vento
vou e venho
como um lamento
chamando pela menina
que não vem.
Procuro-a no fundo
das altas paredes
que construí
com ventosas de dor
suporto o esforço
do trilho gasto
corroído pela humidade do tempo
escorrego nas vertentes
gastas pelo desalento
nas fendas profundas
cravo minhas mõas
num desespero
volta menina
levas no cabelo
os anos dourados
que nunca tiveste
que sempre sonhaste
como uma lua prenhe
que incha na noite
e ilumina o caminho dos desamparados.

Sem comentários: