reflexos de vida no silêncio espelhado da água. fragas de vidro em descontinuidades do olhar ...

sexta-feira, março 16, 2007

Da baixa incontinente ao trabalho saí sem alta, que ainda era tempo de tratar de mais meia dúzia de assuntos que pendiam da urgência, mas a voz do outro lado pedindo ajuda levou-me a levantar voo directo para casa.
Vê-la só ao fim-de-semana tem premências que se acentuam quando lhe sinto na voz o rogo da presença. Mãe sinto-me mal!Era tudo o que não queria ouvir.
Duas horas de exposição ao sol quente que se fez sentir devem ter ditado a quebra de tensão e a dor de cabeça insuportável que sentia. Mas da agronomia faz caminho e no campo da engenharia dos dias há momentos a que não se pode voltar as costas.
Encontrei-a deitada, com o rosto pálido e o corpo frouxo. Quisera eu todas as dores. Deitei-me ao seu lado. Dos dúcteis braços que só uma mãe tem, envolvi-a num abraço promissor de melhoras. "Mãe passa a tua mão pela minha cabeça...quando passas a tua mão pela minha cabeça é tudo tão verdade..." e adormecemos as duas.

4 comentários:

Nilson Barcelli disse...

Este teu texto tem um final muito bonito.
És uma mãe extremosa, está visto.
Bom fim de semana.
Beijo.

CPrice disse...

mãe .. é assim. Em tudo, para tudo .. de tudo.
:)
melhoras rápidas .. Dia feliz *

Anónimo disse...

Mãe
3 singulares letras e ao mesmo tempo um horizonte de ternura, de enlaço, de defesa, de desculpa
Como te entendo e como descreves o 'teu momento' com uma profundidade e ao mesmo tempo com tudo o que MÃE significa, lindo.....

sinédoque disse...

Nilson, os filhos crescem e eu vejo-os, com orgulho, criar uma idividualidade própria, eu sou a primeira a estimulá-los a ir, mas quando precisarem de mim, têm-me toda...sempre.

Once in a while, nós sabemos como é esta coisa de ser mãe!

Sem mãe...quando ela nos falta deve ser dos golpes mais brutais que podemos sofrer na vida.

lb...no dia do pai ou em qualquer dia. Cada um no seu papel e com uma sensibilidade própria.