O sol anda tímido ultimamente. Tem destas coisas! Mesmo no esplendor do seu reinado esconde-se entre algodão em rama e ali fica atónito, confuso...
É vê-lo aparecer e desaparecer em alveiradas atléticas mas de curta duração. Ainda está em plena forma e há-de ter dias de melhores humores, mas esta melancolia vai dando aso a que o vento , a chuva e o ar frio da manhã e do anoitecer nos venham lembrar os abafos esquecidos nos cantos mais recônditos dos armários.
Mas, enquanto é tempo, a rapariga passa, mostrando ostensivamente o bronze conseguido durante o Verão tão esperado.
Corpo de bronze. Escultura anoréctica de contornos perfeitos.
(Já entra finalmente na pastelaria pronta a degustar o seu bolo de eleição, do qual se privou durante alguns meses para caber no modelito visto na revista de moda. )
Passa segura de si.
O resultado é o esperado:
" Que escultura!"
" Que Bronze!"
E ela feliz.
Só aquela comichão constante nas costas a incomoda. Maldito sinal!
3 comentários:
Nem todo o mal do mundo mata, se o final é conhecido.
Profundo o seu tom e a sua análise.
Gostei.
Obrigado por ser mais uma presença agradável.
Eu é que agradeço a visita e as palavras simpáticas. São alento para continuar a cuidar deste " recém-nascido".
eu não tenho dotes oratórios, eu não tenho palavras, eu não tenho vinho...menos mal que vejo óptimamente :))
e gosto da ligeireza da escrita e da simplicidade repentista das tuas ideias, como um rio a descer por entre as pedras das montanhas, alegre e saltitão, por vezes com dificuldades em ultrapassar certas barreiras naturais, mas depois de o conseguir, aquele fazer parte da natureza faz-nos ter confiança no futuro....tu és parte da natureza, quando aparecer algum obstaculo passa por ele e segue o teu caminho!e a agua não passa 2 vezes sob a mesma ponte...
carlos
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